Lácteos: uma tradição brasileira com grande capacidade de crescimento
É raro encontrar um lar brasileiro que não tenha ao menos uma caixa de leite na geladeira. Além de ser altamente benéfico à saúde, ele pode ser utilizado para a produção de diversos alimentos. Não é à toa que o país é o quarto maior produtor de leite do mundo.
Mesmo assim, o Brasil ainda precisa contar com a importação para abastecer o seu mercado interno. Muitos acreditam que isso seja devido à falta de automação no processo da ordenha. Ao fazer com que ela seja mais veloz, prática e ágil, a produção do leite aumenta e consequentemente os números melhoram.
Alguns fazendeiros já começaram a substituir a ordenha manual pela ordenha robotizada. No interior de Minas Gerais, por exemplo, uma fazenda que já utiliza o sistema automatizado de ordenha conseguiu produzir mais de 3 mil litros de leite ao dia, o que obviamente elevou a produção geral e aumentou bastante o lucro.
Se o setor de leite brasileiro investir nisso, a sua posição no ranking mundial certamente subirá, assim como as estatísticas anuais, que não se estabilizam de uns anos para cá. Uma estabilidade seria muito bem-vinda.
Acompanhe os números
Para se ter uma ideia de como os números podem mudar bruscamente, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em sua Pesquisa Trimestral do Leite, apresentou dados importantes sobre o quarto trimestre de 2017. O volume de leite adquirido por laticínios do país com alguma inspeção (federal, estadual ou municipal) nos três últimos meses daquele ano foi 3,2%, maior do que o da mesma época em 2016.
No total do ano em questão, foram captados mais de 24 bilhões de litros de leite, o que significa 4,1% a mais do que em 2016. Isso se mostrou uma boa notícia após a queda nos dois anos anteriores. O que contribuiu para que o aumento do volume ocorresse foi o clima e a redução dos gastos com a produção.
No entanto, esse aumento gerou um ponto negativo: a demanda. Apesar do forte mercado interno, ele não conseguiu acompanhar o crescimento da produção, o que fez com que os preços caíssem bruscamente, chegando a diminuir 48 centavos por litro com relação ao mesmo período do ano anterior.
Parte desse problema ocorreu porque o Brasil passava por um período econômico e político muito instável, o que diminuiu o poder aquisitivo de grande parte da população, fazendo com que ela deixasse de comprar leite como antes.
Isso foi refletido em 2018, um ano não muito bom para a atividade leiteira. A sua rentabilidade média caiu muito em comparação a 2017. Mesmo que em 2018 o preço do leite tenha sido mais valorizado (cerca de 4,5% a mais), o custo de produção da atividade leiteira subiu também exatos 4,5% em comparação ao ano anterior.
O esperado para 2019 é que o cenário melhore um pouco, principalmente no primeiro semestre. As previsões indicam que a demanda do mercado interno irá melhorar, assim como a oferta também, o que é uma excelente notícia para os empresários do setor.